segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Plebiscito e choradeira

Com o resultado das urnas a respeito do plebiscito pela divisão do Pará, uma choradeira generalizada percorreu nosso país.

Cantores embrenhados na cena política utilizaram sua imagem pública para chorar o leite derramado. Políticos e governantes contrariados subiram aos palanques para utilizarem-se de chantagem emocional contra os próprios eleitores. Houve até quem decretasse luto oficial, como se tivesse havido a morte de algum ente público.

E se olharmos bem a fundo, com lupa e microscópio, veremos que alguém realmente morreu. Morreu a civilidade de uma classe que aprova e incentiva o processo democrático quando lhe convém, mas o acusa de injusto, quando lhe é desfavorável.

Morreu o senso de responsabilidade de quem se utiliza de chantagem emocional pública, para fazer valer seus interesses velados de locupletação pessoal.

Morreu a vergonha de quem mostra a face para chorar lágrimas de mentira enquanto esconde as garras afiadas já prontas para o abate do bem público em satisfação pessoal.

Finalmente, morreu a lógica, de quem, num Estado Democrático de Direito, apela às urnas e não lhes dá a soberania do resultado.

Decretemos luto oficial, não apenas em Santarém, mas em todo o nosso pobre Brasil, que já não sabe, sequer, o que realmente quer.

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