terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Floresta Plantada"

Aqui eu reproduzo uma "carta do leitor" que enviei (e espero ter publicada) ao Valor Econômico, a respeito deste termo tão errôneo e prejudicial, mas que vem sendo cada vez mais utilizado, ouvido e reproduzido...

"Ao ler reportagem de Stella Fontes sobre os planos de expansão da Fibria, na edição impressa de hoje, não pude deixar de contabilizar que, há bastante tempo eu tenho ouvido e lido o termo "Floresta Plantada", nunca sem grande espanto.

O termo foi criado pelas indústrias de papel e celulose para amenizar a opinião pública acerca de suas atividades e expansão sobre o território de nosso país e vem sendo, erroneamente empregado e multiplicado pelos nossos meio de comunicação.

Isto porque uma floresta pressupõe diversidade de espécies animais e vegetais que interagem entre si na formação de ecossistemas e nichos ecológicos, ao longo de um grande período de maturação, produzida através de longos processos de sucessão ecológia.

A tal "Floresta Plantada", apesar de sua aparência vistosa, é apenas uma monocultura de espécie arbórea de grande porte, como a da laranja e outros cítricos o são de espécie arbórea de pequeno e médio porte. A despeito de todas as boas ações ambientais (e não são poucas), que estas empresas têm executado, como a recuperação de APP's (Áreas de Proteção Permanente), crição de corredores ecológicos em suas terras e o respeito às limitações do Código Florestal, a insistência em se desvirtuar o conceito de floresta, potencializada pelo alcance dos meios de comunicação, acaba por produzir na população uma compreensãqo inadequada de que, se forem eucaliptos e pinus os que serão explorados, não haverá nenhum problema em se dizimar toda e qualquer outra espécie animal ou vegetal do meio ambiente."

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Opinião política

Há alguns dias tenho visto pessoas me dizendo que o motivo de estarem escolhendo "votar na Dilma" tem a ver com o apoio que ela tem recebido de intelectuais e pessoas de grande influencia e prestígio, como Chico Buarque, Oscar Niemeyer e tantos outros.

Eu espero muito e sinceramente que minhas aflições com a ascensão da ala mais radical do PT ao status de "donos do Brasil" sejam infundadas e pré-conceituosas...

Mas, do meu ponto de vista, mesmo sem querer desmerecer a boa administração de nosso querido torneiro, os ganhos sociais do Governo Lula, têm bastante a ver com diretrizes traçadas antes mesmo de ele ter chegado ao poder, em seu primeiro mandato.

O recuo e estabilidade do processo inflacionário, a lei de responsabilidade fiscal para estados e municípios, o princípio de distribuição de renda através de benefícios sociais e a formação de superávit primário foram conquistas de outros governos que nos ajudaram muito nos últimos anos em que, além de tudo, tivemos uma economia mundial em franca expansão.

Veja que não estou dizendo que não houve avanços na última administração. Alguns programas de destinação de recursos à construção de habitações populares, o incremento do bolsa-família, a maior acessibilidade à universidade pelo pró-uni, tudo isto (e muito o mais) são feitos memoráveis que devem ser analtecidos.

Mas existem alguns movimentos acontecendo que me preocupam enormemente:

- O inchaço da máquina pública com o consequente aumento das despesas correntes é algo nefasto, que pode nos forçar a manter a maior taxa de juros e a maior carga tributária do mundo, mesmo com o forte desempenho de nossa economia;

- As "manobras contábeis" para a formação de um superávit primário fictício, como as que vêm sendo adotadas pela Fazenda, são mentiras de perna curta que tendem a deixar buracos gigantescos quando descobertas;

- A destinação de recursos financeiros públicos a grandes obras sem a adoção de estratégias de longo prazo, como Belo Monte, Rio São Francisco, Trem de Alta Velocidade, corre o risco de nos fazer retornar a uma época de pujança nas manchetes de jornais e pobreza acentuada nos cofres públicos;

- E, finalmente, a história das privatizações:

Eu, que já tenho lá mais de 4.1, lembro-me muito bem de uma época de empresas estatais onde havia filas de 5 anos para que se pudesse receber, através de um "Plano de Expansão", uma simples linha telefônica, ou se pagavam milhares de dinheiros por uma linha de celular que raramente funcionava. Lembro-me também de trafegar por estradas terríveis, nas quais não se pagava pedágios e das frequentes quedas de energia que chegavam a durar mais de um dia para serem restabelecidas.

E, sinceramente, não vejo que vantagens existem em se criar uma empresa estatal que pagará R$ 35 bilhões a empreiteiras privadas para a construção de uma mega-usina hidrelétrica de baixa produção energética, cuja produção será entregue a outro consórcio privado que a explorará comercialmente e terá garantida a compra de seu produto mesmo que este não possa ser distribuído e entregue aos consumidores.

Este é exatamente o acordo de Belo Monte. Se isto não é privatização, não sei o que é. Talvez doação de dinheiro público, visto que a empresa recebedora da graça jamais retornará o investimento ao Estado.

Mas, como disse anteriormente, espero muito, que minhas observações sejam tão míopes que não me deixem enxergar o que grandes mestres, que eu sempre admirei e continuarei admirando, enxergam nestas pessoas que lá estão.

Espero mesmo estar muito enganado mas, em minha humilde opinião, os próximos anos serão de extremo atraso e retrocesso, inclusive em relação às nossas liberdades constitucionais.

Boa sorte a todos nós... E divirtam-se.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Que fazer Marina?

Resposta à enquete do movimento Marina Presidente...

"Renovar, inclusive nossas idéias." O maior motivo da longevidade da espécie humana é a sua capacidade em adaptar-se às dificuldades que o meio lhe impõe. A Causa Socioambiental é algo novo, que precisa ser aprendido e colocado em prática o mais rápido possível.

E que outra chance teremos, senão a de aproveitar o capital político que nosso movimento conseguiu agregar, utilizando-o como moeda de troca para levarmos nossa causa à esfera de poder?

Pensando assim, pode-se descrever as três possibilidades da seguinte forma:

- Ficar de fora e orientar nossos eleitores a votar nulo: É o mesmo que jogar tudo o que conseguimos fora e começar do zero daqui a quatro anos;

- Apoiar Dilma: Seria retroceder à posição secundária de relegados ao marketing verde que o governo PT tem usado durante todo o seu discurso;

- Apoiar Serra: Em minha singela opinião, seria a maior oportunidade que nosso partido e nossa causa já obtiveram em toda a sua história. Com o capital político arrecadado no último pleito, não seria difícil negociar com a campanha Serra uma agenda e uma congruencia de ideologias que nos interessasse. Além disto, seria possível exigir desta aliança uma participação nas decisões de governo que privilegiasse nossa agenda socioambiental.

Se Serra aceitaria? Como disse antes, a maior virtude da espécie humana é a de adaptar-se para sobreviver. Ou ele aceita, ou morre. Conecendo José Serra como conheço,... Ahh sim, ele aceitaria qualquer imposição que se lhe colocasse.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

"Prá pior não tem limite"

Ao ouvir no horário obrigatório o slogan do candidato-palhaço Tiririca, "pior do que tá, não fica", lembrei-me imediatamente de um outro slogan, proferido muitas vezes por um grande amigo meu que, em toda ocasião um pouco mais difícil e desconcertante brada, em meio a um sorriso maroto seu inconfundível: "Prá pior não tem limite".

Obviamente, o candidato-palhaço (ou vice-versa) mostra-se apenas como um instrumento de uso daqueles que ainda encontram na falta de educação do povo brasileiro uma boa maneira de perpetuarem neste país a prática de utilizarem o processo político-eleitoral para auferirem algum lucro indevido, propiciado pela ausência do conceito de cidadania atrelado à representação política do cidadão comum.

Infelizmente, o Tiririca tem razão em sua profecia, "Por ser um cara popular, eu vou ser eleito". O que me faz lembrar de uma outra frase de que gosto muito.

Quando chegarmos ao fundo do poço, sempre poderemos cavar um pouco mais.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Uma alternativa ao "Aero-trem"?

Parece algo surreal, mas os chineses estão propondo uma solução para os congestionamentos bastante inusitada. Um sistema de transporte coletivo que ocupe o mesmo terreno que os carros.

O projeto, batizado de "3D Express Coach", foi apresentado pela empresa chinesa Huashi Future Parking Equipment, da cidade de Shenzhen. A proposta é que uma composição de 6 metros de largura e 4 de altura, alimentada por energia elétrica e solar, opere na mesma via em que trafegam os demais veículos, mas num plano elevado. Desta forma, sem interferirem no deslocamento do trem, os veículos passarão livremente sob ele.

A idéia é oferecer um sistema de transporte coletivo com a mesma capacidade de um metrô subterrâneo, com custo e prazo de implatação infinitamente menor.

Segundo informações do Gizmodo o "3D Express Coach" pode ser aprovado até o final deste mês e começar a ser construído ainda no ano de 2010, num distrito de Pequim.



Veja algumas fotos...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Notícia: Vazamento no Golfo do México afetará exploração petrolífera mundial

Certa vez ouvi a seguinte frase, sem saber quem a pronunciou:

" A Idade das Pedras acabou, sem que se tivessem acabado as pedras. A Era do Petróleo também terminará, sem que se acabe o petróleo."

Talvez, daqui a uns 15 ou 20 anos, nos bancos das escolas, o acidente da BP seja mostrado como o ponto de inflexão, onde se iniciou a ruptura (descolamento) entre a produção energética e a exploração de fontes fósseis de energia. Se assim o for, bem vinda a ineficiência da BP, afinal "há males que vêm para o bem".

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