quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ato falho, ou falta de atitude própria...

Hoje, rodam os mundos, versões para o "apagão intelectual" de Dilma ao bradar, em pronunciamento em plena COP-15, que o "Meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável, assim como ao futuro de nosso planeta".

Teria sido um ato falho freudiano? Teria sido falta de conhecimento do assunto? Teria sido o cansaço de quem trabalha já há muitas horas? Ou apenas o reconhecido descaso de quem somente fala para agradar ao ouvidos de quem assiste?

Teorias à parte, vejam o texto de um amigo de causa comentando o assunto...

"Como disse a Sinistra Dilma ... o meio ambiente é uma ameaça ...
ato falho ou não ... ?
quem 'decora ' discursos , quem faz o jogo do marketing , quem diz o que os outros querem ouvir acaba cometendo barbaridades , pois quando fala não o faz com o 'coração' e com a verdade ...
apenas repete o jargão que as conveniências obrigam ...
e quando se fala sem alma as palavras pregam peças na mente de quem mente ... rs
caem as máscacaras e a verdade vem à tona ... ou vem átona ...
não foi o 'ato ' que foi falho ...
foi a 'cena ' que ela tentou impingir cordeiramente com o coração voraz do lobo ...
não tem pão ? ... que comam brioches ...
ora o meio ambiente ...
quem oral ... mente dizendo defendê-lo tropeça nas mais intestinas e antípodas das intenções ...
hoje a ministra ...
de intenção sinistra ...
cujo meio que prega , não é o do ambiente ...
mas o do que o 'meio' justificam os fins ...
a mentira tem pernas curtas e não é disfarçada por plásticas ...
mas sai pela boca dos incautos que tentam nos seduzir ..."

(de Valério Luchetti, em comentário no Blog do Movimento Marina Silva)

Dilma na COP-15

O Globo - Dilma comete ato falho na COP

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Uma Ilha Movida a Energia Renovável

Do Valor Econômico

O ator Viggo Mortensen, o rei Aragorn de "O Senhor dos Anéis", é um apaixonado pela ilha na Dinamarca onde viveram seus avós. "Não há nada mais lindo do que chegar ali de ferry olhando o mar e o céu", disse uma vez, ao criticar o projeto de uma ponte que ligaria a ilha ao continente e "destruiria sua beleza natural". O lugar lembra mesmo o Condado dos Hobbits com casas fofinhas, plantações de abóboras e gramados perfeitos. Mas, em vez de elfos, o que salta dali quando a bruma se desfaz é a visão de dez imensas torres eólicas fincadas no mar agitado. Samsø é bem pragmática. É a primeira ilha do mundo a alegar independência energética e dizer que funciona com 100% de energia renovável.

Na verdade, há um truque nisso. Toda a eletricidade da ilha é produzida por 11 turbinas eólicas de 1 MW espalhadas em três pontos diferentes do território. Mais de 70% do aquecimento das casas e da água vêm de quatro usinas movidas a palha e lascas de madeira, e muitas casas têm painéis de energia solar no teto. Mas as três grandes balsas que ligam a ilha ao continente e carros dos habitantes são movidos a diesel ou gasolina. Os moradores dizem que compensam este buraco nada limpo no seu projeto com a energia gerada pelas turbinas eólicas espetadas no mar, a 3 km ao sul. Essa energia é "exportada" ao continente. Por este artifício eles alegam ter cortado em 140% as emissões de CO2 de Samsø (pronuncia-se Samsoe). Ou seja, compensam o que emitem nos escapamentos com o que vendem de energia limpa ao continente.
Samsø fica a quatro horas de Copenhague. Gastam-se umas duas horas atravessando o continente e o restante dentro daqueles grandes barcos que cortam o Mar do Norte. As águas são ameaçadoras. Quando os vikings navegavam por aqui, Samsø era parada obrigatória em sua rota. Agora virou tour de políticos, cientistas, diplomatas, estudantes e jornalistas do mundo todo, que vêm aqui avaliar a gradativa independência dos combustíveis fósseis, meta que a Dinamarca toda pretende conseguir em breve. São quase 4 mil curiosos ao ano que aportam em Samsø para ver como se vive apenas com energia dos ventos, de palha, do sol e até de dejetos de porcos.

Esta espécie de safári energético tende a crescer em dezembro, quando o governo dinamarquês organiza a CoP-15, a conferência do clima das Nações Unidas, e deve fazer da ilha seu show-room de energias renováveis. O país já tem 27% de sua eletricidade produzida por fontes renováveis e facilmente deve atingir a meta de ter pelo menos 30% de sua matriz energética vinda de fontes limpas em 2025. O cardápio inclui vento, lixo, biomassa, geotérmica e sol.

A fama de Samsø começou em 1997, quando o Ministério da Energia lançou um concurso para ver qual região do país apresentaria o plano mais realista e factível de transição para energias renováveis. Eram ecos do trauma de 1973 - na primeira crise do petróleo, a Dinamarca era 95% dependente de energia importada. A ilha, de 114 km2, até então conhecida pela sua produção de batatas e morangos, ganhou o concurso.

Os 1.400 moradores se empolgaram e foram pesquisar preços de turbinas eólicas. Em 2000, começaram a instalar 11 torres de 1 MW em três regiões. Os moinhos de vento em terra já produzem eletricidade suficiente para a ilha toda. O maior passo foi investir nas turbinas no mar, que custaram € 33,3 milhões. "Ninguém faz um investimento destes só para se divertir", diz, no site do projeto, o fazendeiro Jorgen Tranberg, proprietário de uma turbina de 1 MW e de meia turbina offshore, num investimento de US$ 3,2 milhões. Ele conta que hoje observa os preços do leite e os da energia. "Eu não aconselharia ninguém a colocar todo o seu dinheiro em energia renovável. Mercados e subsídios mudam da noite para o dia", diz. "Quando começamos, ninguém estava interessado em CO2. Agora nos atualizamos umas dez vezes por dia em mudança climática."

O projeto de tornar a ilha de Samsø renovável teve investimentos de € 60 milhões. O poder público municipal colocou € 17 milhões em cinco das turbinas que estão no mar. Mas o que o município ganha com a venda de energia tem de ser reinvestido em futuros projetos, pois a lei dinamarquesa não permite que os governos municipais lucrem com a produção de energia. O resto, € 43 milhões, são investimentos privados de fazendeiros, cooperativas ou de uma empresa de energia, a NRGI.

Umas 300 casas mais afastadas dos vilarejos de Samsø investiram em sistemas próprios de aquecimento. Há um interessante cruzamento das fontes. Na maior usina de aquecimento de água, inaugurada em 2002, 80% do calor vem da queima de lascas de madeira e 20% de uma fileira de placas de energia solar que ocupa 2.500 m2. Não há funcionários na instalação. "A usina funciona automaticamente, quando há demanda de energia", explica Jesper Kjems, o porta-voz do projeto. Enquanto ele fala, dos braços de escavadeira começam a deslizar pelos trilhos do teto. Chegam até a pilha de restos de madeira, apanham uma boa quantidade, levada até a esteira. De lá, os farelos de madeira seguem para a caldeira e as pás da escavadeira retornam à posição inicial. A lenha é o resíduo da produção de madeira da ilha.

"Nós não inventamos nada, apenas compramos o que existe no mercado", continua Kjems. "Adaptamos os padrões tecnológicos às condições normais de consumo dinamarquesas". O início de tudo, explica, é ter um quadro político favorável, que irá se traduzir em subsídios - sem eles, diz Kejms, um projeto como este não se viabiliza. Ao investir em uma turbina eólica, por exemplo, um fazendeiro tem dez anos de carência para começar a pagar o empréstimo e garantia de preços mínimos na venda da energia. "O segredo do sucesso é ter metas simples de alcançar e envolver todos os grupos da sociedade."

Há, evidentemente, flancos abertos no objetivo de Samsø de ter 100% de energia renovável em dez anos. Os combustíveis fósseis queimados no transporte são a falha mais evidente. Eles começam a investir em pesquisa de biocombustíveis feitos a partir de sementes de canola, mas aguardam mesmo os carros elétricos. "Nossa intenção é alimentar com energia eólica a rede elétrica para os automóveis", conta Kjems. Outra meta futura é conseguir estocar energia, reduzir ainda mais o consumo e aumentar a eficiência energética.

A ilha não é um paraíso ecológico e tem seus problemas. Um deles é o lixo. A reciclagem também é modesta. Muitos fazendeiros usam agrotóxicos em sua produção. "Queremos estabelecer uma nova meta para os próximos dez anos", diz Kjems. Uma das ideias, por exemplo, é fazer de Samsø uma ilha 100% ecológica. Recentemente Samsø inaugurou a Academia de Energia, uma construção de largas janelas, painéis de energia solar no teto e reaproveitamento de água da chuva nos banheiros. É lá que recebe os visitantes.

A ilha também é lugar de veraneio para moradores de Copenhague. Muitas casas de Samsø tem o nome da família pintado na fachada e tetos feitos de palha. Há plantações de margaridas e abóboras e carruagens bucólicas podem ser alugadas para conhecer Kanhave, o canal construído pelos vikings, ou os belos murais encontrados nas igrejas. A ilha vive da agricultura e do turismo. As turbinas eólicas fazem barulho, mas nada que seja muito desconfortável. Kjems diz que também é mito que pássaros morrem ao bater nas hélices. "Em seis anos, só uma vez encontrei um pássaro morto aqui perto da torre, e não sabemos se foi por causa da turbina ou se foi uma raposa."

Por Daniela Chiaretti, de Samsø, Dinamarca

Matéria publicada pelo Valor Econômico, em 20/10/2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dia Mundial Sem Carro em São Paulo

No dia mundial sem carro, numa das três maiores cidades do planeta, as únicas iniciativas ou ações partiram da sociedade civil, com manifestações, palestras e programas que, sequer receberam o apoio do poder público.

Ainda que quisessem participar das comemorações, os usuais motoristas e seus passageiros, que hoje formam um massa de 4,9 milhões de paulistanos, sequer teriam condições de substituir seus poluidores pés de borracha pelo transporte público pois, como nem um único ônibus foi adicionado ao sistema, existiram hoje apenas 16% (ou 830.000 vagas) de disponibilidade para o acolhimento de novos usuários.

Se o caso fosse o de trocar seu carro pela magrela, o pretenso ciclista teria dificuldades em fazê-lo de forma segura pois, das ciclovias previstas para serem implantadas até o ano de 2002, apenas 5% estão em funcionamento e a conectividade entre estas faixas de uso exclusivo e outros modais de transporte público jamais foi tirada do papel.

Se, mesmo assim o cidadão paulistano insistir em deixar seu carro na garagem e resolver fazer seu trajeto a pé, terá dificuldades ao se deparar com calçadas estreitas, esburacadas e tomadas por vendedores ambulantes, mobiliário público incompatível, bancas de jornais irregulares e toda a sorte de obstáculos que dificultam a vida de qualquer transeunte.

Mas, para a sorte de nossa sociedade, os paulistanos são como qualquer brasileiro, jamais se deixam vencer pelas dificuldades. Mesmo sem o apoio oficial, diversas ações, patrocinadas por entidades não governamentais da sociedade civil estão acontecendo por toda a cidade e não apenas neste 22 de Setembro.

Confira alguns destes eventos e notícias nos links abaixo e divirtam-se.

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_252526.shtml

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/09/22/materia.2009-09-22.7440344264/view

http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/9055

http://diamundialsemcarro.ning.com/

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

De Onde Menos se Espera

Enquanto no meio político assistimos a um grande avanço contra as leis e ações que visam a proteger o Ambiente surge, dentre aqueles de quem menos esperamos respeito pelo meio natural, um movimento favorável e uma nova atitude que poderá trazer uma pequena esperança de mudança no paradigma que sempre colocou o desenvolvimento econômico em campo oposto ao da preservação do meio natural.

Ao assinarem um compromisso conjunto com a agenda ambiental, grandes empresas brasileiras demonstraram ontem, que estão muito mais atentas aos anseios de seus consumidores do que os administradores públicos e legisladores estão em relação aos seus eleitores.

Leia mais em O Globo

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A Sustentabilidade e os Novos Profissionais

Desde que o conceito de sustentabilidade surgiu, muitas áreas do conhecimento ( e seus profissionais) têm se apoderado de seus preceitos e adaptando seu tradicionalismo a esta "nova tendência".

No entanto, a sustentabilidade pressupõe, por excelência, uma multidisciplinaridade que jamais foi atendida pelas graduações tradicionais. Todo profissional que se aventurou por esta área foi obrigado a construir sua base de conhecimentos através de pós-graduações e cursos de aperfeiçoamento que, muitas vezes, conflitavam com os preceitos e visões de sua graduação original.

Com o advento dos cursos sequenciais e os cursos de tecnologia que, pelo cunho da aplicabilidade instrumental da teoria, passaram a ser embasados pela interdisciplinaridade, este mesmo conceito acabou sendo aplicado aos cursos mais tradicionais, proporcionando a formação de uma nova geração de profissionais, que já saem das instituições preparados para os desafios de um mundo cada vez mais preocupado com as questões ambientais.

Um bom exemplo está na arquitetura, que já há algum tempo, deixou de encarar suas obras como instalações artísticas desvinculadas do meio para, cada vez mais, torná-las orgânicas e integradas ao ambiente que as cerca.

Premiadas com o Prêmio Planeta Casa, de Casa Claudia, em 2006, as arquitetas Maira Del Nero e Juliana Boer, são bons exemplos desta nova geração. Acompanhe em seu blog, Cria Arquitetura Sustentável, os passos desta dupla em seu esforço para fazer deste um mundo melhor para um homem melhor.

Divirtam-se sempre...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nosso Planeta, Nossa Casa

Há muito é dito que as questões ambientais, como a degradação do meio em que vivemos e a tal "mudança climática", são apenas consequência das atitudes diárias que cada um dos 6 bilhões de humanos que habitam esta nave toma individualmente.

Mas como fazer com que esta mensagem chegue até eles de uma maneira de fácil entendimento? Esta é a finalidade do projeto do cineasta Luc Besson e do diretor Yann Arthus-Bertrand, que produziram o filme "Home", que por aqui recebeu o título de "Nosso Planeta, Nossa Casa".

Com lançamento gratuito sincronizado para o Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/Junho, o audacioso projeto pretende atingir, de forma contundente, o máximo possível de espectadores.

Conheça os detalhes em http://www.home2009.com.br/, programe-se para assistir ao filme e deixe aqui suas impressões.



Divirta-se sempre.

quinta-feira, 12 de março de 2009

O Cidadão e os Planos da Cidade

Desde há muito tempo leis e regulamentos são criados e modificados para regular a expansão das cidades e os usos de seu solo. De maneira a produzir uma padronização para esta legislação que pudesse atender, de modo equânime, a todos os municípios brasileiros, editou-se, na esfera federal, o Estatuto das Cidades, que obriga todas as cidades brasileiras com mais de 100.000 habitantes a editarem, sob determinados preceitos, seus Planos Diretores.

São estes Planos Diretores, com seus instrumentos legais, que regem e ordenam os parcelamentos, os usos, a expansão, as normas de edificação e tudo o mais que configure a ocupação humana no território urbano. Especificamente, no município de São Paulo, o PDE (Plano Diretor Estratégico) data de 2002 e vem sendo utilizado na melhor forma que uma lei deve ser.

Sendo uma lei editada com a finalidade de ordenar o uso do território do município, o Plano Diretor possui, entre seus dispositivos, a necessidade de ser revisto e ajustado, de tempos em tempos, de acordo com o crescimento das cidades e com a expansão das atividades nela desenvolvidas. Tais dispositivos, jamais deveriam parecer-se com as lendárias leis de anistia, editadas de acordo com a conveniência de construtores e especuladores imobiliários que faziam antecipar-se à lei, com obras fora dos padrões estabelecidos no Código de Obras do Município, que acabariam, em algum momento, sendo anistiadas por um grupo político ascendente ao poder, com os mesmos interesses.

E é este dispositivo, a revisão do Plano Diretor, justamente o que tem chamado a atenção daqueles que acompanham de perto as questões de uso e parcelamento do solo de nossa cidade. Apesar de se tentar dar à proposta de revisão uma cara bastante diferente das nefastas Leis de Anistia, ao final do processo, a revisão que está sendo delineada neste momento não passa de um novo atendimento aos interesses de grandes grupos de especulação imobiliária, exatamente como vem acontecendo desde que os tempos são tempos em nossa cidade.

Disfarçada de revisão, a alteração da Lei de Zoneamento deverá favorecer aos grandes grupos do setor da construção civil, com a ampliação dos coeficientes de ocupação e os limites de construção impostos pela atual redação do Plano Diretor. Coincidentemente, foram estes mesmos grupos os maiores financiadores de campanha da equipe que hoje está à frente da administração de nossa cidade e integra a maioria dos governistas na câmara de vereadores.

E como nos defender desta ameaça que pode acabar aumentando ainda mais o caos em nossa cidade, uma vez que as deliberações dificilmente se farão considerando-se o bem estar comum dos cidadãos?

PARTICIPANDO!!!... Todos os trabalhos para a revisão do Plano Diretor, seguindo orientação do Estatuto da Cidades, são apresentados em audiências públicas, para a discussão e aprovação dos cidadãos. Além disto, são os vereadores de nossa cidade que apresentarão a palavra final em votações e emendas ao projeto, durante os trabalhos na câmara. A marcação cerrada sobre eles, mostrando sua opinião, sempre poderá render bons frutos, uma vez que sintam ameaçada sua popularidade no caso de desejarem votar contra o interesse de seus eleitores.

Para dar ainda mais força aos seus desejos, juntar-se a uma entidade de bairro politicamente ativa ou participar de organizações como o Instituto Polis, são maneiras de dar mais volume à sua voz.

Se isto pode surtir algum efeito?

Na elaboração da atual Lei de Zoneamento, constante do PDE de nosso município, um pequeno grupo de moradores do Planalto Paulista, participou de audiências, fez pressão sobre os vereadores, elaborou abaixo-assinados e conseguiu, à parte de todo o poderoso interesse econômico dos especuladores imobiliários, manter a condição original de seu bairro como uma das poucas e pequenas áreas estritamente residenciais de baixa densidade na grande desorganização de prédios, casas, comércios e indústrias em que se transformou nossa cidade.

Se nos unirmos como cidadãos e fizermos uma pressão ainda maior, quem sabe não consigamos aproveitar esta tal revisão para melhorar o ordenamento do caos, ao invés de permitir que se aumente a irracionalidade com que as pessoas se acomodam em nossa caótica metrópole.

Para unir-se a uma entidade:
Instituto Polis - http://www.polis.org.br/
Forum Centro Vivo - www.centrovivo.org/node/205
Movimento Nossa São Paulo - www.nossasaopaulo.org.br/portal/
Associação de Moradores do seu Bairro.

Para Conhecer o PL 671/07 na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Crescimento em plena crise

Apesar dos problemas econômicos e da escassez de investimentos alardeados nos últimos meses, como consequência da maior crise econômico-financeira dos últimos 60 anos, o desenvolvimento de algumas das tecnologias verdes cresce impulsionado, justamente, pelas dificuldades financeiras enfrentadas por alguns nichos de empresas em todo o mundo.

Um destes setores é o da Tecnologia da Informação (TI), em que, apesar de ser uma indústria extremamente moderna no uso da tecnologia em si, é ainda bastante atrasada no que tange à economia de baixo carbono. Esta é uma área onde ainda se consome e se esbanja muita energia, plástico e papel.

E, justamente por enfrentarem grande dificuldade financeira, existe hoje, sobre os centros de processamento de dados das grandes empresas, uma pressão muito grande para que reduzam seu consumo de energia e recursos, diminuindo, por consequência, suas emissões de carbono.

Que vantagem existe em investir recursos numa área como esta, dentro de uma grande corporação que enfrenta dificuldades para manter-se em pé? Estes investimentos economizam dinheiro, reduzem seus custos operacionais e, por consequencia, aumentam o lucro das empresas.

Ouça o artigo de Sérgio Abranches em.... CBN Ecopolítica

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fotossíntese sintética

Muitas discussões têm sido travadas sobre "se" e "quando" nosso desenvolvimento tecnológico será capaz de construir reais soluções para os problemas causados pelo desequilíbrio que nossa presença neste planeta criou, o tal "Aquecimento Global".

As notícias de veículos movidos a eletricidade e, até mesmo, a ar, sistemas de aquecimento solar de altíssima eficiência, fazendas de energia eólica e de uso das ondas como fonte mecânica de produção de eletricidade não são, exatamente, tão raras quanto eram há alguns anos.

Há mais de um ano, uma destas "novas" tecnologias foi anunciada com grande fervor em toda a mídia mundial. A célula solar orgânica, produzida a partir de um corante que imita os efeitos da clorofila, é tida como potencial substituta das atuais células fotovoltaicas. Suas vantagens estão no custo de produção incrivelmente menor e na capacidade de produção de energia elétrica muito maior que a de sua antecessora.

Mas qual será o motivo de uma distância tão grande entre a criação destas tecnologias nos laboratórios e sua aplicação prática? As respostas: vontade política e interesses econômicos.

A primeira nós só conseguiremos controlar quando, finalmente, soubermos utilizar a grande arma de uma comunidade civilizada num estado democrático de direito: o voto. Quanto ao interesse econômico... Este ainda está muito longe de ser controlado.

Enquanto nós, simples cidadãos, não nos conscientizarmos de nosso real poder como mola mestra dos sistemas econômicos mundiais, enquanto não pudermos conhecer nossa verdadeira capacidade em direcionar os poderosos conglomerados econômicos a tomar os caminhos que desejamos para nossa sociedade, dificilmente estas "novas" tecnologias terão aplicação prática.

Grande prova disto está no fato de que a energia solar para o aquecimento de água para o banho já é difundida há dezenas, senão centenas de anos. Inúmeras soluções para seu uso são alardeadas na televisão, na Internet, em revistas e magazines e até mesmo em panfletos distribuídos nos faróis das grande cidades.

No entanto, ao avaliar os motivos da baixa utilização desta forma de energia em nosso país, esbarramos com a informação de que o "alto custo de implantação dos equipamentos" afeta sua difusão entre a população.

Obviamente, o tal "alto custo" não deve estar relacionado aos equipamentos altamente eficientes construídos com garrafas pet e embalagens tetra-pack vazias ou àqueles que se utilizam de forros de PVC como placas captadoras.

Através de um ardiloso processo de marketing, nós, os consumidores, somos levados a crer que as soluções ambientais tendem a ser, necessariamente, caras e de difícil produção. Não é raro que se encontrem consumidores que compram camisetas de PET reciclado por valores exorbitantes, apenas porque a etiqueta "fala" que são recicladas, sem se darem conta de que muitas lojas famosas pelo preço popular vendem exatamente o mesmo produto, justamente por possuir baixo custo de produção.

Com as tecnologias energéticas ocorre exatamente o mesmo. Desde 1984, a célula combustível a hidrogênio é utilizada na confecção de acionamentos elétricos auxiliares para montagem em bicicletas. Hoje um fabricante nacional produz pequenas motonetas elétricas que custam cerca de R$ 3.500,00, rivalizam em elegância com os scooters a gasolina e gastam cerca de R$ 0,50 a cada "tanque cheio".

Seja crítico em suas escolhas e ajude a consumir um mundo melhor.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Eleito para amenizar as mazelas de um mundo.

Talvez pela retórica da eleição de um jovem de classe média à presidência da maior potência mundial, talvez pelo paradigma de se colocar um negro no cargo mais alto de um dos países de maior segregação racial, ou mesmo pelo simples alívio de se mudar os rumos da desastrada e belicosa política do brutamontes George W. Bush, o mundo hoje comemora a posse de um presidente americano, como se acompanhasse a chegada de um messias.

Tamanhas são as expectativas em torno de seu governo, que faz-se quase impossível prever a manutenção de sua popularidade quando, finalmente, desembarcarem sobre os mais otimistas as inevitáveis frustrações.

Nós, cidadãos e ambientalistas de um mundo que sofre com as mazelas de 40 anos de um ganancioso capitalismo neoliberal, cujos moldes forjaram-se na maior nação do mundo, aguardamos ansiosos pelos desdobramentos das promessas de uma nova atitude.

Por hora, tudo o que podemos fazer para ajudar ao novo “Presidente do Mundo” é dar-lhe uma grande dose de paciência e otimismo.

E se algum de vocês achar que por não ser Norte-americano, não deveria ter nada a ver com isto, lembre-se de algumas frases pronunciadas por outra grande promessa política de mudanças sociais:

“...O tsunami deles vai chegar por aqui como uma marolinha...” ou “...O Brasil não tem nada a ver com os problemas dos bancos internacionais...”

Continue torcendo pelo melhor e divirta-se sempre.